quarta-feira, 23 de março de 2011

ESCOLA E FAMILIA






Escola e família: encontros e desencontros desta relação 


Ana Maria de Oliveira Ceo

Resumo: O referido artigo[1] traz como proposta fazer uma breve analise das relações estabelecidas entre as instituições escola/família e as suas contribuições para a aprendizagem escolar dos educandos. Esta temática surgiu em algumas discussões de semestres anteriores e principalmente no VIII semestre Curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia/Campus – X a partir de discussões propostas e de algumas reflexões acerca da participação dos pais na escola dos  filhos. Para fazer as análises necessárias desenvolvemos um estudo/pesquisa na Escola Municipal Solidariedade, uma escola da rede pública municipal Teixeira de Freitas/BA. A escolha desta instituição de ensino para desenvolver o presente estudo/pesquisa se deu por tratar-se de um espaço escolar  que faz parte da nossa realidade cotidiana, no qual pretendemos fazer observações acerca de algumas    inquietações, analisar como esta sendo a participação dos pais nas escolas de ensino fundamental e vice-versa ou tentar identificar possíveis fatores que tem distanciados estas instituições na sociedade Contemporânea. A relevância desse projeto é trazer novas discussões acerca da relação entre escola/família e contribuir de alguma forma para que tanto os membros das instituições  escola/família e/ou outros segmentos da sociedade reflitam sobre a importância da participação na educação escolar de  crianças  nas séries iniciais do ensino fundamental.

Palavras - chave: Escola - Família – participação - educandos - formação

Introdução
O referido artigo tem como principal objetivo relatar o resultado de um trabalho proposto na disciplina pesquisa e estágio em espaços formais, a partir de um estudo/pesquisa. O presente texto busca fazer uma breve análise das relações estabelecidas entre escola e família, quando digo breve, é porque seriam inúmeras as discussões que esta temática traria, porque percebo que há muitas inquietações que aflige não só os educadores, mas também a coordenação pedagógica, os gestores escolares a respeito da relevância da participação dos pais na vida escolar dos seus filhos ou da participação da escola na comunidade na qual se insere.
Em algumas reflexões percebo que uma das inquietações, nos levam a pensar sobre o que poderia ser feito pela instituição escolar para que esta participação se efetive de fato. É óbvio que é de suma importância para a melhoria da qualidade do ensino que a sociedade compreenda que tanto a família, quanto a escola tem um papel fundamental na formação do ser humano, mas faz-se necessário que ambas caminhem juntas no processo de formação desses indivíduos.
Nesse sentido percebemos que é relevante para a educação das crianças e jovens que haja uma parceria entre a escola e a família. E essa parceria se dá através do acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos, sendo necessário que as instituições de ensino busquem essa participação dessas famílias. Diante disso é necessário que haja diálogo entre pais, educadores e gestores, com o objetivo principal contribuir para desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, ou seja, para a sua formação. Bordenave (2002) nos chama a atenção quando afirma que
 os membros de um grupo  participam mais intensamente quando percebem que o objetivo  da ação é relevante para seus próprios objetivos. Se os membros de um grupo concordam com a necessidade de alguma mudança, pode ser feita uma forte pressão para alcançar a meta,pois neste caso a pressão será exercida pelo próprio grupo. (BORDNAVE.,1994 p 49)

A partir destes pressupostos, entendemos que uma análise a respeito da participação da família e da escola, ou dos encontros ou desencontros da relação entre estas duas importantes instituições na sociedade atual são de extrema relevância.  Para fazer as nossas análises alguns questionamentos nortearam este trabalho: Quais as mudanças ocorridas na  família do século XI?  Porque há este distanciamento entre a escola e a família? Em que medidas as situações econômicas tem influenciado na relação escola/família? 

Os desafios da escola e da família numa sociedade em constantes transformações

Segundo alguns estudiosos do tema, muitas mudanças vêm ocorrendo nos modos de estrutura familiar.  Para Padilha (1992), as mudanças sofridas pela estrutura familiar com o decorrer do tempo não foram de forma alguma planejada, mas sim resultado de transformações sociais, políticas e econômicas.  
Partindo deste pressuposto, observamos que, a estrutura familiar já não é mais a mesma, se antes a formação da família era considerada pai, mãe e filhos convivendo diariamente na mesma casa, com as mães sendo responsáveis pela educação dos filhos e os pais trabalhando fora para o sustento da família. No entanto, Percebemos que, algum tempo esta estrutura familiar vem sofrendo modificações, sendo “comum” algumas crianças viverem com os avós, porque os pais moram, trabalham em outras cidades ou outros países, outra moram com tios, com a mãe ou só com o pai.
De acordo com Nogueira ( 1998),há que se considerar também o fato de que a escola, na atualidade, para além de suas funções tradicionais relativas ao desenvolvimento cognitivo do aluno, chama ainda para si certa parte de responsabilidade pelo bem estar psicológico e pelo desenvolvimento emocional do educando. Enfim, muitos educadores vêm assumindo papéis que não fazem parte do seu currículo na sua formação de educador, pois além de cumprir as exigências curriculares propostas ou muitas vezes impostas, acabam por assumir outros papéis que a família não tem condições de dar conta devido as demandas impostas pela sociedade.
Estamos portanto, diante de alguns desencontros ou desafios na atualidade: a escola e em específico o educador, que lida cotidianamente com a criança ou o jovem, além de dar conta de cumprir o currículo escolar estabelecido, precisa estar atento a questões afetivas e emocionais destas crianças que não tem o convívio dos pais;  os pais não tem tempo ou oportunidade de estar com seus filhos porque precisam trabalhar para o sustento da família.
Observamos a necessidade de tanto a escola, quanto a família dialogarem mais, no sentido de compreenderem seus papeis dentro da educação dessas crianças e jovens, no sentido de compreender a importância de ambas as instituições diagnosticar os desencontros que vem ocorrendo, possibilitando novos encontros, que este só se efetivará com a  participação da sociedade, em parceria com a escola e a família.
De acordo com Bordenave
Apesar de a participação ser uma necessidade básica, o homem não nasce sabendo participar. A participação é uma habilidade que se aprende e se aperfeiçoa. Isto é, as diversas forças e operações que constituem a dinâmica da participação devem ser compreendidas e dominadas. (BORDENAVE ,1994. p 46 )

Nesse sentido, compreendemos que é relevante para a educação das crianças e jovens que haja uma parceria entre a escola e a família. E essa parceria se dá através do acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos, sendo necessário que as instituições de ensino busquem essa participação dessas famílias. Diante disso, é necessário que haja diálogo entre pais, educadores e gestores, com o objetivo principal contribuir para desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, ou seja, para a sua formação. 

Considerações finais
As demandas da sociedade capitalista, na qual o ser humano tem que lutar pela sobrevivência dos seus familiares fazem com que muitos destes pais trabalhadores deixem de cumprir seu papel de ajudar na educação dos filhos de forma mais efetiva, mas sabemos que é necessária e relevante esta parceria, pois o que está em jogo é a formação e o futuro de crianças e jovens. No entanto observamos que as escolas junto com seus educadores, gestores e também trabalhadores, mesmo na luta diária para o cumprimento das atividades curriculares exigidas também pela sociedade movida pelo capital, estão tentando buscar meios de trazer os pais ao convívio escolar, a serem mais participativos na educação dos filhos.  Dentro desta perspectiva compreendemos que a partir dos estudos e discussões os desencontros acontecem, mas estão se possibilitando encontros possíveis sim nesta relação família/escola. Silva(2002) afirma que tanto a escola como a familia parecem viver momentos de perplexidade, sem definição de como conciliar as necessidades do mundo moderno.
Compreendemos que ambas  instituições concordam com a relevância de uma participação mais efetiva, não só dos pais, mas da escola como um todo. Mas ainda é necessário levar esta reflexão mais a toda a sociedade. E esta pesquisa nos proporcionou uma reflexão em relação ao novo contexto social e como dos sujeitos envolvidos são influenciados, cabendo a nos repensarmos o nosso papel enquanto família, escola  e sociedade mediante a essas mudanças que requerem de nos novos olhares e novas posturas.


REFERÊNCIAS

BORDENAVE. Juan E. Diaz. O que é participação/ Juan E. Diaz Bordenave, - 8ª edição – São Paulo  Brasiliense, 1994.
SILVA. Kátia A. C. C. Articulação teoria e pratica. Inter-ação Rev. Fac. UFG,27: 1-54. jul/dez.2002
PADILHA. M.I.C.S- A família em questão: uma abordagem histórico-contextual. Acta Paul. Enf.,V.5,p.8-13,jan /dez.1

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