quarta-feira, 23 de março de 2011

AÇÕES COLETIVAS: Reprodução ou perspectiva de Transformação


AÇÕES COLETIVAS: Reprodução ou perspectiva de Transformação


A sociedade do século XXI está marcada por grandes contradições, uma herança do sistema capitalista e das suas multifaces de dominação existentes. É dentro desse contexto que vem surgindo ações que ao invés de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, vem fazendo com que os princípios reprodutivos do sistema capitalista sejam cada vez mais internalizados e excludentes.

Segundo a Cartilha Popular (2009), esta mesma sociedade esta diante de uma crise mundial que atinge a todos. Para os especialistas é uma crise econômica, ambiental, social, política e de paradigmas do capitalismo, tratando-se de uma crise profunda que poderiam levar as duas vertentes: fortalecer ainda mais o sistema capitalista, ou fazer com que a humanidade (os indivíduos), se organizem a ponto de romper com a perversidade e excludência que perdura ao longo dos anos.

Estamos diante de uma crise mundial, com isso aumenta a exploração da classe trabalhadora e mais uma vez os cidadãos se sujeitam a perder os seus direitos para não ficarem desempregado, ou seja, o sistema do capital utiliza de todos os meios possíveis para continuar explorando e tirando proveito da situação. A grande questão é que as desigualdades sociais existentes são gritantes, o que deveria ser dever do Estado, assegurado por lei, não está se cumprindo e novos atores entraram em cena no lugar dos movimentos sociais politizados, surgindo assim, o chamado terceiro setor, que são as associações, cooperativas, entre outros, numa tentativa de complementar as ações estatais com programas que enfatizam os deveres dos cidadãos e ignorando os direitos, como afirma Gonh (2000).

Percebemos que os nossos direitos não estão sendo garantidos, como prevê as leis do nosso País, pois continuamos sendo membros de uma sociedade desigual, perversa e excludente, que permanecerá assim se não sairmos da inércia, dessa condição de alienação na qual somos condicionados cotidianamente ao longo dos anos. Com o crescimento das desigualdades, do desemprego, da fome, do analfabetismo e da marginalização, vem se criando instituições, organizações, associações, ou seja, meios para tentar remediar essa situação, pois tem-se percebido que o Estado não tem dado conta, e na verdade esta fugindo da sua responsabilidade e do seu dever.

 Observa-se que é importante a participação dessas s e organizações, na sociedade atual, mas a maioria ou grande parcela delas com seus “projetos sociais” tem se utilizado da má fé, das ideologias capitalistas, impostas e impregnadas pra acrescentar a nossa sociedade as desigualdades sociais, pois trazem nas suas verdadeiras intenções, ações camufladas em beneficio  de seus próprios interesses e com perspectivas de lucros garantidos as custas da miséria  das pessoas . O que vemos em todo o País é o descaso, a violência, a submissão e opressão, e cada vez mais aparece organizações com “solidariedade” falsa, e a mídia ajuda muito na ascensão dessas organizações e instituições mal intencionadas.

Da sociedade dos séculos anteriores, para a sociedade atual mudou-se o cenário, mas situações continuam a mesma. O filme “Quanto vale ou é por quilo” de Sérgio Bianchi ( 2004 ), nos traz a reflexão, que o ser humano é considerado ainda uma mercadoria, por sinal, muito valiosa, pois favorece o enriquecimento da classe dominante. Por isso não nos damos conta que ainda somos escravizados, manipulados de todas as maneiras pelos inúmeros artifícios utilizados para manutenção das ideologias capitalistas, sejam eles através da mídia, das entidades, organizações, normas, etc.

 Assistimos a tudo isso, mas quem sabe seja este o momento de ir a luta, de nos organizarmos para uma mudança. Todas as leituras, todas as discussões nos indica este caminho. A nós cidadãos caberão o importante papel de lutar pelos nossos direitos, construindo-os a partir das ações coletivas na sociedade, que envolvam todos para um bem em comum.

Partindo dessas constatações, a educação, através dos seus espaços escolares, em especial as universidades tem papel fundamental na vida dos indivíduos, pois é lugar oportuno para que desenvolva nos educandos uma consciência crítica capaz de levar à transformação. Portanto, é grande a responsabilidade que é colocada a educação de transformar e de construir com os cidadãos e cidadãs a luta pelos seus direitos. Isso sim é participação, pois a partir da consciência individual buscar-se-á parceiros para as ações coletivas dentro da sociedade. A sociedade contemporânea requer pessoas conscientes, criativas e ativas com o objetivo de modificar e romper a hierarquia existente, ou seja, buscar parcerias com indivíduos capazes de transcender aos desmandos existentes. A partir do momento que não só a escola, mas todos se propõem a fazer-se consciente do seu papel transformador dentro da sociedade, criaremos uma nova perspectiva, ou seja, estaremos indo para além do capital, como sugere,Meszaros (2004)

 Referências Bibliográficas

BORDENAVE, Juan E. Diaz. O que é participação. 8 ed.São Paulo-SP: Brasiliense, 1994 ( Coleção Primeiros Passos)

Telles, Vera. A sociedade civil organizada e a construção do espaço público. In: DAGNINO, Evelina (org). Anos 90: Política e sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.

GONH, Maria da Glória. Mídia, Terceiro Setor e MST, 2000.

MÉSZAROS, Para além do capital, 2005. Secretaria Nacional do MST, 2009 MST, Cartilha da Assembléia Popular. Para debater a crise. São Paulo-Sp:

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